"El proceso de adquisición de la segunda lengua se considera un proceso de aprendizaje de vida..."
Anna. I. Escalante, St Thomas University, Houston TX 05/1997
“É um homem falando que encontramos no mundo; um homem falando com outro homem; e a linguagem ensina a própria definição do homem”.
Emile Benveniste
During the opening, Dra. Denise de Paula M. de Abreu e Lima, from UFSCar, presented the lecutre "Developing the foreign language teacher competences: experiences and practises". I found it very interesting because she talked about her positive experience in developing activities based on a subject she teaches at UFSCar. As my master's degree project has to do with English taught at university, I decided to post its short introduction. Surely, I'll be adapting it.
Below, there is the first version of the introduction of the project, in Portuguese, under the supervision of Dr. Ernesto Sérgio Bertoldo:
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM CURSOS DE LETRAS – DA INCOMPLETUDE À DESESTABILIZAÇÃO DE IDENTIDADES
INTRODUÇÃO
A identidade de professor do graduando do Curso de Letras, que se configura durante seu processo de formação, constitui-se de maneira frágil. Isso, porque o aluno, ao adentrar no curso supracitado, pode se defrontar com uma realidade que faz desestabilizar seu imaginário, uma vez que, além de aprender a Língua Inglesa, ele deverá ser professor dessa língua, o que, por vezes, faz com que o “mito” de não aprendizagem da Língua Estrangeira, no Curso de Letras, se perpetue.
Ademais, vemos ainda, que há aqueles alunos para os quais a aprendizagem da Língua Estrangeira – em minha pesquisa, a língua inglesa – não ocorre, provavelmente por não passar por processos identitários com essa língua.
É comum ouvir o dizer de professores formadores de que a formação acadêmica oferecida em universidades não oferece subsídios, em nível de conhecimentos lingüísticos, para formar um professor de Língua Inglesa. Durante minha graduação, na cidade de Uberlândia, os professores dessa disciplina enfatizavam a importância de se cursar aulas em um instituto de idiomas, diziam que aqueles que não o fizessem não estariam aptos a atuarem como professores da língua em questão por não se tornarem proficientes na mesma.
Minha inquietação surge vinculada ao contexto descrito acima. Por que alunos egressos do Curso de Letras não estariam aptos a ensinarem a Língua Inglesa caso não tenham freqüentado um curso extracurricular? Esta inaptidão refere-se apenas àqueles que almejam ministrar aulas em instituto de idiomas? Estariam os professores egressos dos cursos de Letras aptos a ensinarem Inglês no ensino regular? A graduação é insuficiente para a aprendizagem de uma língua estrangeira, resultando, portanto, nesse possível déficit lingüístico[1]? O que, no entanto, significa “aprender” ou “saber” a Língua Inglesa? Aprender uma língua significa ser proficiente na mesma?
Um dos grandes problemas enfrentados nos cursos de Letras é a heterogeneidade no corpo discente: há alunos que nunca tiveram contato com a língua; outros que freqüentam ou freqüentaram institutos de idiomas; alunos que já se encontram exercendo a função docente; alunos que se encontram em níveis avançados, com inglês fluente, ministrando ou não aulas em cursos de idiomas ou no Ensino Fundamental e Médio. Destarte, há aqueles para os quais a identidade de professor ou processos identitários com a profissão já se encontram presentes. Em contrapartida, muitos graduandos não conseguem estabelecer tais processos fundamentais para a constituição da identidade docente.
Como resolver tal impasse? Seria conveniente exigir que ingressantes no Curso de Letras com habilitação em Inglês passassem por uma prova de habilidade específica tal como ocorre nos Cursos de Música e Artes, por exemplo?
Com o objetivo de verificar como os dizeres proferidos pelos professores do Curso de Letras articulam – ou não – o conhecimento lingüístico (conhecimento de/sobre a língua) com a produção de uma prática profissional (que contribua para a constituição da identidade profissional), pretendo analisar um corpus que se constituirá, a priori, pelos depoimentos de professores e alunos de duas universidades privadas[2] localizadas na cidade de Uberaba, no Estado de Minas Gerais.
Pretendo aprofundar o tema de minha monografia de especialização, desenvolvida no I CELAD-UFU (I Curso de Especialização em Análise do Discurso da Universidade Federal de Uberlândia), na qual foram entrevistados dois professores, um em cada universidade, de dois cursos de letras da cidade de Uberaba e dez alunos de cada instituição.
Além dos dados que serão coletados nas duas instituições supracitadas, por meio de questionários abertos e entrevistas, valer-me-ei de dados que já foram coletados no Orkut[3], mas que não foram abordados em minha pesquisa anterior.
Foram postados tópicos em diversas comunidades do Orkut relacionadas ao ensino de Língua Inglesa. Valer-me-ei da discussão proposta nessas comunidades visando a um entrecruzamento dos dizeres de professores e graduandos dos dois cursos de letras com os dizeres de professores graduados ou não em Letras que atuam em institutos de línguas. O sítio de relacionamentos em questão proporcionou a discussão de temas pertinentes à identidade do professor de Língua Estrangeira. A título de exemplo, vale citar o caso de uma graduanda em Direito que, ministrando aulas de Língua Inglesa em um instituto de idiomas, nega sua identidade de “professora”. A mesma, ao se referir à sua prática profissional, defini-se como uma “instrutora”.
Dados os fatores pontuados acima e salientando que considerável parte dos trabalhos desenvolvidos em Lingüística Aplicada, de modo geral, não discute a questão das línguas como um fator de constituição da identidade profissional, valho-me da Análise do Discurso de linha francesa por entender que esta última é uma teoria que trabalha com as relações entre a língua e o sujeito de forma diferenciada, não estanque, mas aberta aos ditos e também aos não-ditos. A Análise do Discurso configura-se, pois, como uma disciplina de entremeio (Orlandi, 2002) que se estrutura no espaço que há entre a lingüística e as ciências das formações sociais. A lingüística resvala-se pela negação da historicidade inscrita na linguagem. A Análise do Discurso, por outro lado, nos permite trabalhar em busca de processos de produção de sentido e de suas determinações histórico-sociais. Destarte, o sentido sempre estará vinculado às suas condições de produção. Como meu objetivo é analisar questões tangentes à identidade do professor de língua inglesa e, partindo-se do princípio de que o sujeito é afetado por uma ideologia, pelos diferentes espaços discursivos que o constituem, não sendo, portanto, o centro e a origem do seu discurso, optei pela análise do corpus de minha pesquisa à luz das teorias discursivas. Em suma, a principal hipótese levantada em meu trabalho é a de que há discursos que circulam nos cursos de Letras que sustentam a idéia de que não é possível aprender língua inglesa, o que não é necessariamente uma verdade, pois encontramos alunos cuja experiência de “aprendizado” da língua inglesa passa pelos cursos de graduação com sucesso.
[1] Ressalto que déficit lingüístico é vislumbrado no presente trabalho como a incapacidade de fluência na língua alvo.
[2] Uniube (Universidade de Uberaba) e FAZU (Faculdades Associados de Uberaba).
[3] O Orkut é uma comunidade online que conecta pessoas por meio de uma rede de amigos confiáveis e que proporciona um ponto de encontro com um ambiente de confraternização, onde é possível fazer novos amigos e conhecer pessoas que têm os mesmos interesses (https://www.orkut.com/).
A identidade de professor do graduando do Curso de Letras, que se configura durante seu processo de formação, constitui-se de maneira frágil. Isso, porque o aluno, ao adentrar no curso supracitado, pode se defrontar com uma realidade que faz desestabilizar seu imaginário, uma vez que, além de aprender a Língua Inglesa, ele deverá ser professor dessa língua, o que, por vezes, faz com que o “mito” de não aprendizagem da Língua Estrangeira, no Curso de Letras, se perpetue.
Ademais, vemos ainda, que há aqueles alunos para os quais a aprendizagem da Língua Estrangeira – em minha pesquisa, a língua inglesa – não ocorre, provavelmente por não passar por processos identitários com essa língua.
É comum ouvir o dizer de professores formadores de que a formação acadêmica oferecida em universidades não oferece subsídios, em nível de conhecimentos lingüísticos, para formar um professor de Língua Inglesa. Durante minha graduação, na cidade de Uberlândia, os professores dessa disciplina enfatizavam a importância de se cursar aulas em um instituto de idiomas, diziam que aqueles que não o fizessem não estariam aptos a atuarem como professores da língua em questão por não se tornarem proficientes na mesma.
Minha inquietação surge vinculada ao contexto descrito acima. Por que alunos egressos do Curso de Letras não estariam aptos a ensinarem a Língua Inglesa caso não tenham freqüentado um curso extracurricular? Esta inaptidão refere-se apenas àqueles que almejam ministrar aulas em instituto de idiomas? Estariam os professores egressos dos cursos de Letras aptos a ensinarem Inglês no ensino regular? A graduação é insuficiente para a aprendizagem de uma língua estrangeira, resultando, portanto, nesse possível déficit lingüístico[1]? O que, no entanto, significa “aprender” ou “saber” a Língua Inglesa? Aprender uma língua significa ser proficiente na mesma?
Um dos grandes problemas enfrentados nos cursos de Letras é a heterogeneidade no corpo discente: há alunos que nunca tiveram contato com a língua; outros que freqüentam ou freqüentaram institutos de idiomas; alunos que já se encontram exercendo a função docente; alunos que se encontram em níveis avançados, com inglês fluente, ministrando ou não aulas em cursos de idiomas ou no Ensino Fundamental e Médio. Destarte, há aqueles para os quais a identidade de professor ou processos identitários com a profissão já se encontram presentes. Em contrapartida, muitos graduandos não conseguem estabelecer tais processos fundamentais para a constituição da identidade docente.
Como resolver tal impasse? Seria conveniente exigir que ingressantes no Curso de Letras com habilitação em Inglês passassem por uma prova de habilidade específica tal como ocorre nos Cursos de Música e Artes, por exemplo?
Com o objetivo de verificar como os dizeres proferidos pelos professores do Curso de Letras articulam – ou não – o conhecimento lingüístico (conhecimento de/sobre a língua) com a produção de uma prática profissional (que contribua para a constituição da identidade profissional), pretendo analisar um corpus que se constituirá, a priori, pelos depoimentos de professores e alunos de duas universidades privadas[2] localizadas na cidade de Uberaba, no Estado de Minas Gerais.
Pretendo aprofundar o tema de minha monografia de especialização, desenvolvida no I CELAD-UFU (I Curso de Especialização em Análise do Discurso da Universidade Federal de Uberlândia), na qual foram entrevistados dois professores, um em cada universidade, de dois cursos de letras da cidade de Uberaba e dez alunos de cada instituição.
Além dos dados que serão coletados nas duas instituições supracitadas, por meio de questionários abertos e entrevistas, valer-me-ei de dados que já foram coletados no Orkut[3], mas que não foram abordados em minha pesquisa anterior.
Foram postados tópicos em diversas comunidades do Orkut relacionadas ao ensino de Língua Inglesa. Valer-me-ei da discussão proposta nessas comunidades visando a um entrecruzamento dos dizeres de professores e graduandos dos dois cursos de letras com os dizeres de professores graduados ou não em Letras que atuam em institutos de línguas. O sítio de relacionamentos em questão proporcionou a discussão de temas pertinentes à identidade do professor de Língua Estrangeira. A título de exemplo, vale citar o caso de uma graduanda em Direito que, ministrando aulas de Língua Inglesa em um instituto de idiomas, nega sua identidade de “professora”. A mesma, ao se referir à sua prática profissional, defini-se como uma “instrutora”.
Dados os fatores pontuados acima e salientando que considerável parte dos trabalhos desenvolvidos em Lingüística Aplicada, de modo geral, não discute a questão das línguas como um fator de constituição da identidade profissional, valho-me da Análise do Discurso de linha francesa por entender que esta última é uma teoria que trabalha com as relações entre a língua e o sujeito de forma diferenciada, não estanque, mas aberta aos ditos e também aos não-ditos. A Análise do Discurso configura-se, pois, como uma disciplina de entremeio (Orlandi, 2002) que se estrutura no espaço que há entre a lingüística e as ciências das formações sociais. A lingüística resvala-se pela negação da historicidade inscrita na linguagem. A Análise do Discurso, por outro lado, nos permite trabalhar em busca de processos de produção de sentido e de suas determinações histórico-sociais. Destarte, o sentido sempre estará vinculado às suas condições de produção. Como meu objetivo é analisar questões tangentes à identidade do professor de língua inglesa e, partindo-se do princípio de que o sujeito é afetado por uma ideologia, pelos diferentes espaços discursivos que o constituem, não sendo, portanto, o centro e a origem do seu discurso, optei pela análise do corpus de minha pesquisa à luz das teorias discursivas. Em suma, a principal hipótese levantada em meu trabalho é a de que há discursos que circulam nos cursos de Letras que sustentam a idéia de que não é possível aprender língua inglesa, o que não é necessariamente uma verdade, pois encontramos alunos cuja experiência de “aprendizado” da língua inglesa passa pelos cursos de graduação com sucesso.
[1] Ressalto que déficit lingüístico é vislumbrado no presente trabalho como a incapacidade de fluência na língua alvo.
[2] Uniube (Universidade de Uberaba) e FAZU (Faculdades Associados de Uberaba).
[3] O Orkut é uma comunidade online que conecta pessoas por meio de uma rede de amigos confiáveis e que proporciona um ponto de encontro com um ambiente de confraternização, onde é possível fazer novos amigos e conhecer pessoas que têm os mesmos interesses (https://www.orkut.com/).
I'm adjusting the project in order to fit it into prodocência project, once I'm still in master's degree as a special student. What I inted to focus now is the positive aspect and effects of prodocência in English taught at univeristy.
Um comentário:
Hi Marcelo I'm very glad to have you with us. You are really important to the group.
Have you already seen Alessandra's task in our main blog?
By the way your blog is fantastic!
Kisses
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